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Floriano Peixoto encerra Outubro Rosa debatendo a Violência Doméstica

Segunda, 03 de Novembro de 2014

De acordo com dados nacionais, em 2013, a Central de Atendimento à Mulher, através do nº telefônico 180, recebeu 532.711 registros de maus tratos, oriundos de todo Brasil. O serviço prestado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República aponta que os autores das agressões relatadas são, em 81% dos casos, pessoas que têm ou tiveram vínculo afetivo com as vítimas. Cresceu em 20% o total de mulheres que denunciou a violência logo no primeiro episódio. Os registros indicam também que a violência física representa 54% dos casos relatados e a psicológica, 30%. Houve 620 denúncias de cárcere privado e 340 de tráfico de pessoas, além de 1.151 denúncias de violência sexual, correspondendo à média de três ligações, por dia. Apesar de ser um crime grave e de violação dos direitos humanos, a violência contra as mulheres segue vitimando milhares de brasileiras: 77% das mulheres em situação de violência sofrem agressões semanal ou diariamente, conforme revelaram os dados dos atendimentos realizados de janeiro a junho de 2014 pela Central. O Brasil é o sétimo no ranking mundial com uma taxa de 4,4 homicídios a cada 100 mil mulheres.

O tema polêmico foi discutido durante a palestra, realizada na quarta-feira (29), em Floriano Peixoto, e encerrou oficialmente a programação do Outubro Rosa, promovido pelas Secretarias Municipais de Desenvolvimento Social e Saúde. Na ocasião, a estagiária de Psicologia da Delegacia da Mulher de Erechim, Naiane Baldissera, falou sobre como é feito o trabalho de apoio às vítimas na região. “A pressão sobre a mulher é grande, por parte da família e da sociedade. Na maioria das vezes, elas têm medo e vergonha e é por isso que estamos trabalhado na importância de denunciar. Hoje, as mulheres tem vários órgãos de apoio”, salienta a acadêmica de Psicologia.
A atividade continuou com a conferência do Delegado da Polícia Civil de Getúlio Vargas Jorge Fracaro Pierezan. Segundo ele, geralmente, a agressão vem por parte do parceiro, ex, filho ou de um familiar da vítima. “Muitos casos estão relacionados à ingestão de bebida alcoólica e é importante que todos saibam que isto na exime o agressor da culpa. Temos, mensalmente, muitas denúncias e para que nosso trabalho continue tendo êxito, precisamos da colaboração da comunidade, todos somos responsáveis pelo fim da violência, tanto contra as mulheres, quanto contra idosos e crianças”, salienta Pierezan.

A manhã de debates marcou também a conclusão do projeto FEAS- Fundo Estadual de Assistência Social que beneficia 223 famílias do Município. Durante o projeto, realizado em pouco mais de dois meses, as famílias participaram de uma oficina de confecção de lençóis, receberam informações e trocaram experiências discutindo temas relacionados com o dia a dia em casa. O projeto trabalhou as questões relacionadas à violência contra a mulher e, embora menos frequente, também contra o homem. Ao término da palestra cada família recebeu do Governo Municipal um jogo de lençol. A dona de casa Ivete Zamban aprovou a iniciativa e afirma ter aprendido muito tanto durante a oficina quanto nas atividades do Outubro Rosa: foi importante por que aprendi muita coisa que eu não sabia e ainda aprendi um trabalho diferente”, comenta.